22 abril 2010

Essenciais - o alguidar

Quando a vida se restringe ao essencial, há poucas coisas à nossa volta e elas ganham uma importância acrescida. Na tabanka as casas estão despojadas, sem móveis, com raros objectos de adorno. Se exceptuarmos os adereços com significado religioso todos os outros objectos são utilitários, ligados à confecção da refeição, à higiene pessoal, à recolha e transporte da água, à lavagem da roupa e pouco mais. Porque de pouco mais é feita a vida.

O alguidar é talvez o objecto mais indispensável de todos. É usado ao fim do dia para o banho de caneco, um ritual a que se dá a maior importância numa terra sem água nas habitações. Os europeus mais tarde ou mais cedo acabam por ter essa experiência que certamente já deu que pensar a muitos deles. Por mim, espantei-me com a pequena quantidade de água necessária para um banho e passei a ter ainda menos condescendência para quem toma duches de meia hora como se o dia que começa só pudesse ser enfrentado com os miolos encharcados. Às vezes só parece que o vão conseguir.

Os de plástico invadiram as cidades e o interior, geralmente reciclados, com cores estonteantes que tanto contribuem para o choque de que falei aqui. Mas há ainda por todo o lado os belos alguidares em metal, batidos e soldados como manda a tradição.

8 comentários:

  1. Lena, as fotos são do bairro militar? Adorei o alguidar com a chapa a dizer taxi é sintomático da reuntilização. Bjs

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  2. Monica: Sim, são do Bairro Militar, do latoeiro que fica na estrada ao pé do sitio onde comprámos os bazins. Desta vez um deles não me deixou fotografar mas eu não me ralei porque tinha estas fotos em carteira de anteriores digressões por esse mercado que eu adoro.

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  3. Estou lendo seu blog desde o primeiro post. Maravilhada.
    Conhecemos tão pouco sobre a África (sobre nós mesmos) aqui no Brasil! Tão iguais e tão separados!
    Agradeço a ponte virtual que você constrói para aqueles, como eu, que não tem chance de ir à Guiné.

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  4. Baez: Muito obrigada. Todods nos conhecemos pouco e mal África. E, no entanto, só com África poderemos encontrar a solução para Todos.

    Feliz por dar a conhecer o continente-mãe.

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  5. Lindo, lindo. Continue a escrever.Preciso do seu blogue para alimentar o sonho.

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  6. Helena: Que bom, saber que me continua a visitar de vez em quando!
    Está visto que a Guiné-Bissau se cola mesmo à nossa pele. Para sempre.

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