24 agosto 2010

A casa (8) - o chão

Como muitos citadinos, cresci a sonhar com chãos de tijoleira, escuros, resplandecentes ou como os algarvios, amarelados, baços e rugosos.

Quando há mais de 20 anos pude escolher o material de um chão de casa de praia, não hesitei e entrei num inferno de que só saí quando me desfiz da casa. Opiniões sobre tratamentos de manutenção, receitas de produtos para preparação, houve de tudo. Ou era falta de gordura ou gordura a mais, o facto é que nunca atingi a perfeição. Esforcei-me mas não com a obstinação ou a inspiração necessárias. O chão foi sempre um desastre e era sempre motivo para mais uma solução milagrosa apresentada por quem me visitava pela primeira vez. Prefiro esquecer.

Agora vai haver de novo um chão, o tal de 29 m2. Quero-o limpo, sem nódoas e sem dramas. Tijoleira, já dei. Há 25 anos cheguei a pensar em mosaico, daquele pintalgado dos anos 50, mas faltou-me a coragem para usar na minha casa de férias exactamente aquilo de que me queria desfazer na minha cozinha de Lisboa. E nem o facto da Bica do Sapato ter um de que eu gostava me fez pôr de lado a ideia da tijoleira.

Agora é diferente. A Rosa Pomar tem vindo a fazer uma recolha de mosaicos hidráulicos antigos e divulgou a arte do Sr. Lúcio Zagalo aqui. Tem sido um trabalho notável que se espanta que não tenha sido feito pelas entidades públicas.

Fui pois a Estremoz visitar a oficina e ver o Mestre trabalhar. Fotografei mosaicos e formas e agora vou ter que escolher. Difícil tarefa quando a oferta é tão grande. Pus de lado os padrões maiores e também os que têm relevo em trompe-l'oeil ou cores demasiado marcantes. Não quero que o chão tome conta do espaço. Para isso estou cá eu.

7 comentários:

  1. Era mesmo deste Post que eu estava a precisar. A nossa casa de familia também no algarve, tem / tinha estes pavimentos, que a pouco e pouco tem sido cobertos por outros actuais (que eu odeio). Resta a sala de entrada e a cozinha que vai agora ter obras. Estou a tentar convencer a minha mãe a manter os da cozinha, mas estão bastante danificados. Gostaria de saber se conhece algum produto para os preservar e limpar. E já agora se me poderia dar os contactos do Sr. Lúcio, e se não for pedir muito uma ideia do preço por m2 dos padrões aos quadradinhos que é o que tenho lá. Muito obrigada.

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  2. Já agora aqui deixo o link para uma foto do pavimento.
    http://coisasdefazer.blogspot.com/2009/08/velharias-do-sotao.html

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  3. Olá Lena,
    Tenho acompanhado atentamente os relatos desta nova aventura!
    É óptimo ver o entusiasmo em mais este projecto!
    Boa sorte!

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  4. Que giro que o chão vai ficar!!

    Boa sorte e força para esta nova aventura!

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  5. Coisas de fazer: O que resta tem que ser salvo e para isso talvez seja bom convencer a sua mãe de que o material é hoje valioso por ester na moda e por ser difícil de fabricar.
    Alguns mosaicos que estejammuito estragados penso que podem ser substituídos por cópias feitas pelo mestre Zagalo. Talvez fosse bom retirar um e ir a Estremoz. Em último caso é sempre uma experiência ver o atelier.
    Será que não é possível recuperar os que foram tapados por outros materiais?

    Os mosaicos têm 20cm x 20cm mas há uns que são divididos em 4 o que faz que cada quadrado fica com 10cm x 10cm.

    Se me mandares o teu mail eu envio-te uma foto de uns parecidos com os teus, penso eu.

    Boa sorte!

    Sr. Lúcio Zagalo: 268 322 488

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  6. Coisas de fazer: Vá-se lá saber porquê o nº de telefone do Sr Zagalo desapareceu.
    aqui vai: 268 322 488

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  7. Também pode criar um motivo único e original :)

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