27 novembro 2010

Essenciais - muito pouco

Quando visitei pela primeira vez um mercado guineense saltou-me à vista a pouca quantidade de mercadoria, especialmente no sector dos frescos. Pouca mas exposta de uma forma bem curiosa para olhos habituados à fartura. Os legumes são arrumados em montinhos com meia dúzia de exemplares cada, o que dá às bancas um aspecto divertido como se de um tabuleiro de um jogo infantil se tratasse. As carências ficam bem patentes.

Depois começamos a perceber que a pouca quantidade, a pequena dimensão impera quase sempre, numa estratégia de sobrevivência com provas dadas. Tudo se compra em ponto pequeno e os saquinhos de que falei aqui estão lá para isso. Os recursos são escassos e a reserva de mercadoria nula pelo que se compra à medida das necessidades diárias e só quando se pode.

Por cá durante a minha vida de consumidora vi as embalaggens crescerem até se tornarem difíceis de arrumar nas nossas casas, os produtos e marcas diversificarem-se e as bagageiras dos automóveis crescerem na proporção. Fazer as compras domésticas passou a ser trabalho especializado.

Há anos constatei, escandalizada, que já não era possível recarregar as embalagens de detergentes talvez porque só eu o fazia. Dava muito trabalho, não valia a pena e os sprays em plástico, embalagens sofisticadas, passaram a voar displicentemente para o lixo. Não se estava mesmo a prrecisar de uma crise? Talvez seja altura de aprendermos alguma coisa com as mulheres da Guiné-Bissau.

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