24 fevereiro 2010

Manhã

Farta de falar e ouvir falar do tempo, bastou uma réstea de sol para pensar que o terrível inverno tinha acabado. Parti para o Chiado bem cedo, direita ao Quiosque do Refresco do Largo Camões onde agora tenho um motivo de sobra para o visitar. Bica (boa, por sinal, apesar do copo de papel), empada de galinha. Desci para a Rua da Conceição que ainda trato, tal como a minha mãe fazia, por Rua dos Retroseiros, para comprar um acessório para a minha velhinha Singer e constatar mais uma vez que a variedade de fios de tricot é pouca em Portugal, apesar do renascimento dos crafts, um pouco por todo o lado.

De seguida fui visitar a Rua dos Bacalhoeiros onde a Conserveira de Lisboa se transformou em loja de culto. Lá comprei conservas de sardinha e também de anchovas, enquanto admirava pelo canto do olho uma senhora que em secretária própria se dedicava a montar as caixas de cartão e a embalar nelas as latas de peixe. A loja é pequena mas é linda, literalmente forrada de conservas, do chão ao tecto. Em frente ainda passei por uma antiga loja de cordas e outros materiais de embalagem, bem de acordo com a tradição da rua.

A caminho do almoço, comprei a Wall Paper de Março e instalei-me na Adega das Mercês onde comi as habituais pataniscas com arroz de grelos. O ambiente é simpático, sinto-me lá bem tratada desde sempre e estou grata aos donos por, apesar da crise, terem sabido conservar o ambiente e a ementa próprios dos restaurantes do Bairro Alto, onde almocei diariamente durante quase vinte anos.

Passagem pela Bertrand e visita a uma merceeria de um guineense, vizinha da Igreja de S. Domingos, onde descobri manteiga de amendoim, óleo de palma e produtos para o cabelo, como é de regra.

Claro que o sol desaparecera há muito, não fosse eu pensar que me encontrava a passear pelo mercado do Bandim.

2 comentários:

  1. realmente é pena essa da bica no copo de papel, é uma das coisas que detesto aqui na América ...e nós temos tanta louÇa ;-)
    muito boa essa "onda" nostálgica em Portugal, dá para manter vivas coisas boas como a conserveira, adoro os embrulhos- retro das tricana !

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