O casinhoto que existia na açoteia já não existe. A sua demolição pressupôs sempre que se conservasse a parede principal que confina com a açoteia da vizinha. Terá um papel importante na utilização da minha. A parede do casinhoto, ilegal como todos os outros, era um direito adquirido que era indispensável manter.
O Sr. Francisco nunca percebeu a ansiedade que eu mostrei quanto à rápida construção da parede, com as medidas exactas da defunta. Habituado a que tudo se faça como bem apetece a cada um, achou sempre que havia tempo. Nada de stress, não tinha que me preocupar com tal assunto. Mas para mim era muito desconfortável imaginar-me a justificar a construção duma parede clandestina basendo-me no facto de que tinha havido lá uma igual.
Agora lá está ela de novo, insólita, concordo.
"Sr. Francisco, está segura? Não cai?" e a resposta lá veio: "Mas se não há vento!"
Imagino-a já com os toldos, redes e esteiras que lhe darão, espero algum enquadramento e legitimidade.